Para corredores mais experientes, a esteira se torna algo monótono, quando os treinos são mais longos, uma vez que a rua é um ambiente mais amigável e também já há um hábito de manter o contato com o asfalto. Mas para os treinos de qualidade como os treinos intervalados a esteira pode ajudar muito. Já para os iniciantes a esteira pode ser fundamental, pois proporciona um ambiente seguro e controlado. Também, para quem volta aos treinos após uma lesão ou ganho exagerado de peso.
Em qualquer que sejam as circunstâncias, que tal experimentar a esteira? Ou prestar atenção nos pontos positivos, se naquele frio de rachar, ela for a última alternativa?
Rua e esteira se diferem em muitos aspectos. O principal está no ato de empurrar o chão para vencer inércia e resistência do ar e mover o corpo à frente, quando estamos no asfalto. Na esteira, a máquina move-se sob os nossos pés, e tudo o que temos de fazer é nos mantermos em seu centro. Com isso, a intensidade e a aplicação de força são maiores na rua do que na esteira. Uma boa dica para minimizar as diferenças biomecânicas é incliná-la em 1% ou 2%. Esse ajuste ajuda a amenizar o custo energético da corrida em esteira.
Outro benefício é adquirir noção de ritmo ou cadência, tanto para iniciantes como para corredores experientes, fator fundamental para quem precisa ter mais eficiência de movimento e se tornar um “corredor econômico”. Isto é, a cadência deixa os pés com menor tempo de contato com o chão, assim, a oscilação vertical é reduzida, diminuindo o “sacolejo” do corpo. Mais energia para o organismo gastar onde realmente importa, certo?
Existe uma teoria bem antiga que a boa cadência necessita de pelo menos entre 170 e 180 passos por minuto – entenda cadência ou ritmo como a quantidade de vezes que seus pés tocam no chão durante a corrida. Para contar seus passos por minuto, faça essa experiência: durante o treino, marque 15 segundos no cronômetro e conte os passos de uma das pernas. Se ao final a contagem for menor do que 15, você precisa encurtar a passada. Repita o processo até atingir a cadência ideal. É esquisito no início, mas você se acostumará, e a esteira é o melhor local para determinar como anda a sua cadência. Além disso, com o ritmo de 170 -180 passos por minuto, você aumenta a chance de realizar o “overstriding”, que é eliminar o movimento de “breque” dos pés.
Falando em pisada, a esteira pode trabalhar bem a maneira com que aterrissa seu pé. Muitos corredores pisam com o calcanhar, o chamado “heel strike”, ou com a ponta dos pés, o “toe strike”. Ambos não são legais, pois o impacto é forte e o risco de lesão aumenta.
O correto seria aprender a aterrissar o seu pé com a base, no chamado “forefoot strike”. Esta é a forma mais recomendada do ponto de vista de eficiência e prevenção de lesão na corrida. Todo o impacto será mais bem distribuído. Com um ritmo constante da esteira, a pisada fica mais perceptível, assim como a possibilidade de corrigi-la.
Agora, jamais olhe para o chão, porque há sim um risco de perder o equilíbrio e sair rolando pela esteira. Outro ponto importante é não realizar seus treinos longos se você já for um corredor experiente com velocidades acima de 14km/h, pois você pode perder eficiência mecânica e isso não é legal. É como se estivesse brigando para se manter na esteira.
FONTE:https://www.webrun.com.br/corredor-nao-deixe-de-treinar-use-a-esteira-a-seu-favor/